terça-feira, 10 de agosto de 2010

Estudo aponta risco maior de câncer em bebês nascidos por FIV

Mais um estudo inconclusivo mostra que crianças concebidas por meio da Fertilização in vitro (FIV) têm um risco mais elevado de câncer. Dessa vez o trabalho vem da Suécia e tem uma base de dados considerável: 26.692 crianças que nasceram entre 1982 e 2005.

Segundo o estudo, as crianças geradas por FIV tiveram um risco 1,5 vez maior de ter câncer hematológico e tumores no sistema nervoso central em relação ao resto da população. Foram 53 casos de tumores entre os bebês de proveta, contra 38 entre a população infantil concebida naturalmente.

Não se sabe, porém, se o problema é da técnica ou se está relacionado ao fato de que muitas das crianças geradas por FIV apresentam baixo peso ao nascer _especialmente os múltiplos_ e índice de Apgar baixo. Os autores afirmam que estudos adicionais sobre grandes populações são necessários para estabelecer melhor essa relação entre a FIV e o câncer.

O que me intriga nesses estudos é justamente essa inconclusão. Não bastasse o sofrimento causado pela dificuldade de gravidez e pelos tratamentos de reprodução assistida, volta e meia aparecem esses trabalhos para colocar mais pulga atrás da orelha.

Não acho que devemos ignorá-los, até porque é sabido que, em termos de história da medicina e da ciência, a FIV, 32 anos, é ainda uma técnica nova. Alguns especialistas dizem que é preciso estudar, no mínimo, duas ou três gerações para dizer se a FIV/ICSI é ou não 100% segura em relação a possíveis doenças "transmitidas" aos bebês nascidos por meio dela.

Por outro lado, é necessário olhar esses estudos com calma e sem alarde. No caso do trabalho sueco, os prórpios autores dizem que os resultados dizem respeito apenas àquela população, não pode ser estendido a de outros países. Se estão certos ou não, só a história dirá.


Escrito por Cláudia Collucci às 15h13

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