segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Adoção

Nossa história teve início há cerca de 18 anos atrás, quando nos conhecemos (eu e meu esposo), namoramos 09 anos e num certo momento de nosso namoro fiquei sabendo que ele tinha sido curado de um câncer que teve aos 18 anos de idade, após tratamento, radioterapia, quimioterapia e muito, mas muito sofrimento...Com o passar do tempo, algumas preocupações foram surgindo, pois existia a possibilidade do tratamento ter comprometido sua fertilidade, tornondo-o estéril e infelizmente isso ocorreu, na época fui a primeira pessoa a ficar sabendo e de certa forma não víamos problema nisso, pelo contrário, parecia que nos uníamos cada vez mais, pois a fé em Deus nos alimentava de esperanças de que tudo iria acontecer da melhor forma e no momento certo, ou seja, NO MOMENTO DE DEUS, a única coisa que me afligia era o fato de não ter contado o ocorrido para a minha mãe, até o momento que criei coragem e conversei com ela sobre o assunto e, como sempre, ela me surpreendeu me apoiando e me dando forças para tomar qualquer que fosse a decisão em relação a filhos, isso para mim foi muito importante e me encorajou ainda mais para enfrentar a situação.

Após um tempo, nos casamos e durante 2 ou 3 anos curtimos o casamento, nossa casa, enfim, passeávamos muito, até que um dia decidimos, juntos, começarmos a pensar na possibilidade de ter filhos, meu esposo repetiu inúmeras vezes alguns exames e eu tb fiz muitos. Procuramos inúmeras clínicas especializadas em fertilização e a resposta que tínhamos era sempre a mesma, a possibilidade de termos filhos biológicos era remota, a não ser por um “milagre”. Foi aí que decidimos juntos que adotaríamos um filho e começamos a pesquisar tudo sobre o assunto, o mais importante é que a decisão era de nós dois e tinha apoio total da nossa família, que nos dava muita força para iniciar um processo nada fácil e, sobretudo, muito demorado. Um belo dia procuramos a Vara da Infância e da Juventude de nossa cidade e lá conversamos com a Assistente Social de plantão que nos orientou sobre as providências a serem tomadas, eram inúmeros os documentos necessários, declarações diversas, etc. A partir deste dia nos sentimos ainda mais motivados para alcançar esse objetivo tão importante, junto com toda documentação, tínhamos a tarefa de fazer algumas escolhas relacionadas ao sexo, idade, características físicas entre outras do bebê e fizemos tudo isso e, sempre confiantes de que tudo ia dar certo. Chegou o dia tão esperado de apresentarmos a documentação e sermos entrevistados pela Psicóloga do Fórum, estávamos bastante ansiosos e curiosos para saber quais eram as perguntas que teríamos que responder e qual seria o desfecho da entrevista. Graças a Deus, tudo deu certo e a nossa escolha era adotar uma menina. Após um tempo tivemos a resposta de que o nosso processo havia sido aprovado e que precisávamos apenas esperar por uma criança. Para a nossa ilusória felicidade, isso não demorou para acontecer, foi no mês de dezembro de 2003, fomos avisados de que uma menina estava disponível para ser adotada, quando chegamos no prédio da Vara da Infância e da Juventude, tivemos a oportunidade de ver uma foto da criança e infelizmente, não por características físicas e sim por coisas que não conseguimos explicar não quisemos adotar aquela criança, voltamos para casa frustrados e muito tristes, pois não teríamos nossa filha para passar o Natal conosco e isso nos causou inúmeras desilusões em relação ao processo de adoção, fomos rotulados de que não tínhamos condições e não estávamos preparados para adotar uma criança e sobre isso prefiro não escrever muito, pois nos remete momentos de muita tristeza, mágoa e sobretudo sofrimento. Como dissemos há algumas linhas atrás, tudo acontece no MOMENTO DE DEUS, depois desse período tão obscuro, nos apegamos ainda mais a Deus e começamos tudo novamente, ou seja, enviávamos cópias do nosso processo para Comarcas de outras cidades com a esperança de que nossa filha iria chegar a qualquer momento e isso aconteceu, em junho de 2004 fomos avisados de que nossa querida e amada filha havia nascido e sem obter qualquer informação a respeito dela (cor, peso, estatura, características físicas etc) fomos ao seu encontro e podemos afirmar que foi um acontecimento inesquecível e acima de tudo MÁGICO, assim que tivemos a oportunidade de conhecê-la nos apaixonamos e desde então tínhamos a certeza de que era aquela a nossa filha e que era aquele o momento tão esperado – O MOMENTO DE DEUS.

Atualmente nossa filha tem 05 anos e podemos afirmar que é a razão do nosso viver, ela é extremamente carinhosa e com o passar desses anos ouvimos falar sempre que ela é muito parecida comigo (jeito de ser, de falar, até gestos que ela faz com a boca, enfim, inúmeras coisinhas que acontecem no dia a dia), vale lembrar também que em relação às características físicas, ela é muito parecida com o nosso sobrinho de 09 anos.

Sempre que lembramos de tudo que passamos, ficamos emocionados e felizes, pois temos conosco um tesouro, o nosso maior tesouro, que é a nossa querida e amada filha, falamos para ela que é filha do coração e quando ela nos faz questões relacionadas à fatos de quando ela era bebê podemos responder, pois a adotamos quando ela tinha apenas 03 dias de vida e temos em mente que ela saberá de toda a sua história, pois essa história pertence a nós três.

Temos o maior prazer em falar com pessoas que nos procuram para saber sobre o processo de adoção, explicamos todas as etapas pelas quais passamos, dizemos o quanto nos sentimos realizados e felizes por termos nossa filha e sempre que podemos, tentamos ajudar essas pessoas a compreender o verdadeiro significado da adoção que não é “pegar uma criança para criar”, não é “praticar um ato de solidariedade” e sim “ter um filho”, pois sabemos que foi Deus quem preparou a nossa filha para “ser nossa filha” e era assim que tinha que ser...

Esperamos ter podido colaborar um pouquinho e tocar no coração de algumas pessoas com a nossa história, acreditamos muito no destino e sabemos que o nosso foi escrito por Deus dessa forma e por isso seremos eternamente gratos e temos a certeza de que se tiverem fé, mas muita fé e acreditarem no Pai, também serão agraciados e nunca se esqueçam que isso, como diz meu irmão, acontecerá apenas no MOMENTO DE DEUS.

Um beijo no coração de todas as MÃES SE DEUS ASSIM PERMITIR... e vai permitir, basta confiar...


F.O.S.

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